Artigo
analisado: Contrações concêntricas antes do alongamento estático diminuem, mas
não anulam, os déficits de força induzidos pelo alongamento.
O
objetivo do artigo é analisar os efeitos das contrações concêntricas e do
alongamento passivo na rigidez dos tendões dos músculos analisados e na
produção de força. Dados importantes do estudo:
- Músculos analisados: tríceps sural e gastrocnêmio medial.
- 18 voluntários saudáveis foram submetidos aos testes
- Torques musculares foram gravados por um dinamômetro isocinético simultaneamente ao uso da EMG.
- Músculos foram analisados nos momentos ativo e passivo
Foram realizados dois testes: No
primeiro “os sujeitos realizaram seis contrações concêntricas
voluntárias máximas em rampa, com duração
de 8s antes de repetição ambos os testes passivo e concêntrico”. Obtendo os
seguintes resultados: O momento concêntrico foi significativamente reduzido
assim como a rigidez do tendão de
Aquiles. No segundo teste “ Os sujeitos então realizaram três alongamentos
estáticos do flexores plantares com duração de 60s, antes de serem retestados 2
e 30 min pós-alongamento”. O resultado encontrado foi uma redução adicional no
momento articular concêntrico após o alongamento em 90% da ADM.
Como conclusão do artigo temos que o alongamento isolado ou quando precedido por contrações isométricas
pode temporariamente (tempo menor que 30 segundos)reduzir a força dos flexores
plantares e após 30 minutos ainda se pôde observar a redução de força. Reduções
de força ocorrem quando contrações concêntricas precedem o alongamento, o que
pode influenciar na performance e nos riscos de lesões. Ou seja, o artigo nos traz a
ideia de que alongamento estático provoca diminuição de força muscular.
Informação essa que vai ao encontro do que vimos em aula. Dois aspectos
fisiológicos nós utilizaremos como base para “defender” a ideia trazida pelo
artigo: RELAÇÃO TENSÃO-COMPRIMENTO MUSCULAR E VISCOSIDADE DO TECIDO.
De forma simplista podemos afirmar
que o sarcômero quando se encontra em posições extremas
perderá sua capacidade de formar pontes cruzadas e realizar a contração
muscular. O alongamento estático leva o indivíduo a realizar movimentos com
grandes amplitudes, fazendo com que o músculo permaneça com seus sarcômeros “estirados”,
diminuindo assim a produção de força antes e durante o exercício a ser
realizado. Comprimentos Intermediários: Representados no pico
do gráfico mostram que essa é a distância ideal para gerar força e
consequentemente gerar as pontes cruzadas.
Outro fator que também influencia na
atividade muscular é a chamada viscosidade do tecido muscular. O artigo nos traz
que: “O aquecimento imposto aos sujeitos antes do alongamento parece
influenciar fortemente as perdas de força induzidas pelo alongamento”.
Relacionamos este fato com a viscosidade do músculo ter diminuido, pois o
aquecimento imposto provocou diminuição da viscosidade do tecido e por consequência
aumento da flexibilidade. Esse aumento da flexibilidade potencializou o
alongamento, fazendo que a perda de força pelo alongamento fosse aumentada. Mas
o que é viscosidade? Viscosidade é o índice de atrito que as moléculas de
determinado meio aplicam entre si. Sabemos que quanto mais aquecido esse meio,
menos atrito é gerado pelas moléculas. Logo: quanto mais aquecida a musculatura
se encontra, menos viscosidade e mais flexível ela será .
A relação
tensão-comprimento do sarcômero juntamente com a viscosidade do tecido, nos
levam a acreditar que sim, alongamento pré exercício diminui produção de força.
Mas o que sentimos falta no artigo foi a comparação dos testes com grupo
controle, já que o estudo faz menção a diminuição da força, mas não cita em
comparação a outro grupo.