Seguindo
o assunto da última postagem, apresentaremos aqui, uma visão menos técnica e
mais crítica. Iremos agora refletir sobre o documentário: “Muito além do peso”,
que aborda muitas visões polêmicas sobre a obesidade infantil. Questões
presentes no documentário, extremamente pertinentes, que permeiam a vida de
todos e nos fazem refletir sobre o que entendemos por saúde.
Contextualização da “saúde”.
O
documentário ‘atravessa’ diversas realidades econômicas e nos faz questionar: O
quanto o nível econômico influencia no padrão alimentar das pessoas? Já que,
mesmo nas populações mais humildes até as populações de nível econômico mais
alto, os problemas relacionados à saúde alimentar são parecidos: Obesidade
infantil, a falta de controle dos responsáveis e a falta de mobilidade das
crianças devido a ‘globalização’ da tecnologia acoplada a facilidade de acesso
a jogos eletrônicos, computadores e televisão. Talvez a resposta esteja
bem diante dos nossos olhos, ouvidos e mente: A mídia. Não há como negar, que a
propaganda é um meio de divulgação amplamente democrático. Atinge a todos,
independente de nível econômico, localização, cultura e cor.
Como fugir dos padrões que alienam nossos pequenos jovens? Como lutar contra um mundo de facilidades ou contra uma nova geração que tende ao sedentarismo perpétuo?
Aqui
vão algumas dúvidas que certamente passam pela cabeça de todos nós:
- Como ser saudável, vivendo em uma cultura na qual a alimentação saudável perde lugar nas prateleiras de supermercado, nos restaurantes e na rotina das pessoas?
- Como introduzir a importância de uma vida saudável para as crianças se muitas delas não possuem espaço físico e estimulo dentro da própria escola?
- A quem devemos educar: Pais? Filhos? Consumidores?
- Afinal, estamos falando de saúde, de economia ou de política?
Mesmo parecendo ser uma alternativa um tanto quanto
utópica, a EDUCAÇÃO E A
POLÍTICA são as grandes ferramentas
transformadoras quando pensamos em
padrões alimentares e HÁBITOS alimentares! A
questão da obesidade infantil vai
muito além d peso...
OBESIDADE INFANTIL SOB O OLHAR DA FISIOTERAPIA
Como futuros fisioterapeutas, é impossível pensar em obesidade infantil e não pensar em uma intervenção que objetive principalmente por duas questões: O desenvolvimento psicomotor e a qualidade de vida.
- Desenvolvimento
psicomotor: O documentário nos traz dados alarmantes, como:
“56% dos bebês tomam refrigerante antes do 1º ano de vida”. Sim,
PRIMEIRO ANO DE VIDA! O ano em que a criança passa pelas maiores transformações
motoras (desde a segurança de tronco até o primeiro passo), fase em que o
metabolismo trabalha aceleradamente. Será que como futuros fisioterapeutas,
podemos simplesmente ignorar a cultura alimentar dessa criança?! Fatores sociais
como a exclusão, a depressão e a desmotivação não podem ser ignoradas.
- Qualidade
de vida: Talvez o principal foco da fisioterapia seja trabalhar as
questões relacionadas a qualidade de vida dos crianças com obesidade.
Precisamos intervir de forma corretiva, nas alterações biomecânicas da marcha
da criança (afetas pelo sobrepeso), na capacidade cardiorrespiratória (muitas
vezes comprometida), mas principalmente, intervir de forma EDUCATIVA,
desempenhando, além de tudo, o papel de agente de saúde. Afinal de contas, O
PROBLEMA DA OBESIDADE INFANTIL VAI MUITO ALÉM DA ALIMENTAÇÃO.
Segue
aqui, o link de um artigo, que pode nos ajudar a entender melhor, as questões
referentes a qualidade de vida das crianças obesas: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a14v56n2.pdf