Então, vamos falar de músculo! Iremos abordar algumas questões básicas e outras mais complexas, que com certeza fazem parte do dia a dia de todos nós. Para começar:
- O
que é um músculo?
O músculo é formado, basicamente assim: Um ventre muscular é envolvido por uma fáscia chamada EPIMISIO. O músculo é composto por conjuntos de fibras musculares (feixes), que são envoltos pelo PERIMISIO. E cada fibra muscular (que em conjuntos formam os feixes) é envolta pelo ENDOMISIO.
As miofibrilas são o que chamamos de componentes contráteis do músculo, e são formadas por algumas proteínas, dentre as principais: ACTINA E MIOSINA.
Como ocorre a contração muscular?
Pois então, existe mais de uma
teoria que tenta explicar como ocorre a contração muscular. É isso mesmo, não se tem absoluta certeza de como esse
processo ocorre, e é por esse motivo que três autores criaram diferentes
teorias sobre a contração muscular.
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Os filamentos finos
formados pela proteína Actina (em azul) , a troponina proteína globular ( em
laranja) e a tropomiosina proteína filamentosa (em preto).
Os filamentos grossos formados pela proteína
miosina e a titina (não representada no
esquema acima, mas é uma proteína importantíssima, que ‘ancora’ o filamento
grosso às linhas Z do sarcômero).
Através de estímulos nervosos,
acontecem diversas mudanças na célula muscular (para saber detalhes, veja: http://www.ufrgs.br/livrodehisto/pdfs/5Muscular.pdf) e a proteína Troponina sofre mudanças que
afetam a Tropomiosina também, expondo sítios de ligação da Actina, onde a
cabeça de miosina é atraída por esse sitio de ligação. Aí se forma a ponte
cruzada! Ocorre uma tração entre os filamentos, e um consecutivo deslizar de um
filamento sobre o outro. Assim: aproximando as linhas Z, fazendo os diversos Sarcômeros presentes nas fibras musculares
encurtarem e gerarem a nossa famosa CONTRAÇÃO MUSCULAR.
CURIOSIDADE! O que é o “Rigor
Mortis? É nada mais que a falta de ATP
para desfazer as pontes cruzadas! A tendênia natural das proteínas manterem-se
ligadas de 4 a 24 horas após a morte do indíviduo até que venha ocorrer a
desnaturação dessas proteínas.
Mecânica
da contração muscular
Relação
Tensão-Comprimento diz respeito a força produzida pelo músculo em relação a
tensão exercida sobre ele. Em tensões extremas o músculo produzirá menos força.
POR QUE ISSO ACONTECE?
Comprimentos muito grandes: dificultam o
acontecimento das pontes cruzadas
Comprimento Intermediário: Distância ideal para gerar força e consequentemente gerar as pontes cruzadas.
Características
das Fibras Musculares.
Existem três tipos de
fibras musculares. Fibra tipo I, conhecida como fibra LENTA, fibra tipo II a
que tem frequência de ativação média, e fibra tipo II x (ou II B) que é
conhecida como fibra RÁPIDA.
CONHECER AS DIFERENTES
CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE FIBRA É ESSENCIAL PARA QUE TENHAMOS NOÇÃO DE
QUE TIPO &INTENSIDADE DE EXERCÍCÍO ESCOLHER PARA DETERMINADO OBJETIVO.
Treino para velocistas? Treino de resistência? Terapia para reabilitar funções
musculares? Pois bem, para começas a pensar em montar qualquer atividade, é
necessário termos o conhecimento sobre as fibras musculares. Veja a tabela a
seguir:
Exemplos práticos e
FUNCIONAIS!
- Músculo mais veloz do
corpo humano: Tríceps Braquial. Pois esse músculo não tem necessidade de ser
resistente, e sim veloz. Seguindo a tabela acima: hipertrofia ALTA.
- Músculos lentos: tríceps
Ural (para nos manter de pé!), eretores da coluna (para nos manter eretos).
Seguindo a tabela acima: hipertrofia BAIXA.
-Músculo mais lento e mais
resistente? CORAÇÃO!
TREINAMENTO FÍSICO
POSSIBILITA SUBSTITUIR UMA FIBRA POR OUTRA? DEPENDE.
As fibras do tipo I não podem ser transformadas em tipo II, pois treinamento físico não tem a capacidade de mudar a inervação de uma fibra. Porém, é possível transformar as fibras do tipo IIA em fibras do tipo IIB, e vice versa. A resposta está no metabolismo. Assunto que discutimos anteriormente. O que difere uma fibra da outra não é basicamente seu metabolismo? Então interferindo no metabolismo é possível mudar as características das fibras de tipo II. Através de treino. Dependendo da distribuição de células de um músculo, diferentes capacidades esse músculo terá. Logo, o treino tem que ser adequado para as capacidades específicas de cada músculo.
GENÉTICA
E afinal de contas, tipo de
fibra muscular, é genético? SIM! Claude Bouchrd ao comparar pares de gêmeos
heterozigóticos com gêmeos homozigóticos chegou à conclusão que sim! Foi feita
uma biópsia do Músculo Vasto Lateral dos gêmeos homo e dizigóticos e medido o percentual de FIBRA I de cada gêmeo,
e descobriu que a característica do
músculo tem fortes componentes genéticos. É CIENTIFICAMENTE COMPROVADO: O
ATLETA NASCE ATLETA. Agora, nos vem o questionamento, saindo um pouco da
ciência e entrando no mundo da política, É possível um atleta tornar-se atleta
apenas com o fator genético a seu favor???! Com certeza não. Fica aí então a
dica para os “olheiros” da Copa do mundo de 2014 e das Olímpiadas de 2016:
NUNCA SEREMOS UM PAÍS “TOP” nesses eventos, enquanto dispusermos apenas da
genética como fator determinante para nossos atletas.
SEM
INVESTIMENTO, TREINO, OPORTUNIDADES...