ATEROSCLEROSE
Vaso
sanguíneo e a representação das proteínas sanguíneas.
Quanto maior o fluxo no vaso “endotelizado”, maior é
a formação de radicais livres. O fluxo atrita com a parede do vaso e forma
esses radicais, que nada mais são que moléculas de oxigênio instáveis que
apresentam alta reatividade. No caso da formação do
ateroma, nos referimos à oxidação de LDL.
Se o LDL for oxidado na corrente sanguínea não há maiores problemas,
pois a corrente sanguínea leva esse LDL oxidado até o fígado onde será
devidamente metabolizado. O problema ocorre quando o LDL é oxidado no espaço
subendotelial do vaso, pois neste caso irá desencadear efeitos que em última
análise darão origem a formação do ateroma. LDL oxidado no espaço subendotelial
produz sinais quimiotáticos para células do sistema imune:
- Monócitos (leucócitos
circulantes) se infiltram na região por diapedese (deformação);
- Monócito sofre maturação e
se transforma em macrófago (leucócitos teciduais), que fagocita lipídeos em
quantidade aumentada na região;
- Macrófago se transforma em
célula espumosa e a parede do vaso passa a ser deformada, formando um núcleo
lipídico;
- As células espumosas
produzem MCP1 (Proteína Quimiotratora de monócitos) que atrai novos macrófagos
e gerando um ciclo vicioso;
- Vai aumentando o núcleo
lipídico, caracterizando a formação do ATEROMA (núcleo lipídico circundado por
células espumosas que ao longo do tempo vai se tornar fibrosa).
Capa fibrosa formada
em volta do ateroma vai se “esticar” até romper conforme o ateroma vai
aumentando de tamanho. Quando ocorre a ruptura, colágeno é exposto e plaquetas
invadem o local, ocorrendo a formação do TROMBO. O que definitivamente vai obstruir o vaso não
é a formação do ateroma, mas sim o rompimento deste e a formação do trombo.
Formação
do ateroma
Formação
do trombo quando ocorre ruptura da placa fibrosa e as plaquetas envolvem o
local.
Como o exercício pode
auxiliar a impedir ou minimizar os efeitos desse processo? O exercício vai
atuar, diminuindo VLDL, TG, LDL, Acido Graxo Livre e aumentar HDL. Treinamento
aumenta densidade das proteínas, diminuindo a quantidade de lipídeos transformando
LDL em HDL. Mas os aspectos que mais
serão influenciados pelo exercício são HDL e os Triglicerídeos.
LIPEMIA
PÓS PRANDIAL
Lipemia pós prandial
refere-se ao comportamento dos lipídeos sanguíneos após as refeições.
Resposta de triglicerídeos
em relação ao tempo após refeição. Dois grupos foram submetidos ao teste: grupo
controle (sem doença) e grupo com doença arterial coronariana. O gráfico mostra que indivíduos com doença arterial
coronariana não remove bem os lipídeos ingeridos pela dieta, visto que o pico
de TAG é maior.
# Estudos mostram que após
uma hora da ingesta de lipídeos já inicia resposta inflamatória, com aumento de
monócitos, macrófagos e ativação da MCP1 (ver processo de formação do ateroma)
além de já ser detectada diminuição da capacidade vasodilatadora bem como
aumento da produção de radicais livres. Outro processo que já passa ocorrer é o
aumento da produção da proteína C reativa, proteína produzida pelo fígado que é
altamente sensível a processos inflamatórios.
Qual a solução para evitar
(ou minimizar) esses efeitos? Voltamos a falar do binômio dieta-exercício. Já
discutimos que é preciso combinar essas duas ferramentas para obter um
resultado eficiente. Quando falamos em alimentação saudável, muitas dúvidas
surgem, e na maioria dos casos pensamos no que NÃO SE DEVE COMER. Para
facilitar o manejo da dieta, devemos pensar no que devemos SUBSTITUIR na nossa
alimentação e no que SE DEVE comer.
Segue aqui, o manual prático
com 10 dicas sobre alimentação
saudável elaborado pelo ministério da saúde:
Triglicerídeos e Exercício
O exercício diminui níveis
de TAG, pois provoca remoção acelerada de lipídeos na circulação. Algumas
explicações podem ser pela diminuição da liberação de fatores hepáticos (como
quilomicrons e VLDL) e por um aumento da LLP (lípase lipoproteica)
intramuscular, que quebra o triglicerídeo e é consumido pelo músculo. São
possibilidades que tentam explicar como o exercício diminui níveis de
triglicerídeos.
LIPEMIA
Valores de referência:
HDL= 40 a 60 LDL = abaixo de 120 VLDL = abaixo de 20. Relação colesterol / HDL
= 4 (sendo a ideal relação CT/HDL = 2). Essa relação determina o quanto o HDL
consegue manejar de colesterol, isto é, se o individuo tiver altos níveis de
colesterol e altos níveis de HDL ele não terá grandes problemas, pois terá HDL
suficiente para manejar esse colesterol.
Resposta
dos Triglicerídeos pós-refeição em relação ao exercício.
Atenuação
da curva lipêmica pós prandial comparada a indivíduos que não realizaram
exercícios na véspera do teste. Em aproximadamente quatro horas após a refeição
rica em gorduras ocorre o pico de lipídeos no organismo. O gráfico nos mostra
que a curva lipêmica pós prandial é atenuada nos indivíduos que fizeram
exercício até mesmo na véspera do teste. Exercício é extremamente útil na
resposta lipêmica pós prandial! O indivíduo que faz exercício tem menos gordura
circulante após as refeições e isso, diminui, consideravelmente, os riscos
cardiovasculares.
Enfim,
que o exercício é um ótimo aliado contra acumulação de gordura no sangue já
está comprovado. Mas, o que ainda não está bem definido é: qual exercício,
quais intensidades e quais grupos estão mais suscetíveis a doenças
cardiovasculares. Asiáticos tem mais concentração lipídica no sangue, negros
tem mais propensão a doenças cardiovasculares... Esses são fatores que ainda precisam de
respostas.
Avaliação
da resposta lipêmica comparando dias de exercício pré-teste. Três situações de
estudo avaliadas em quatro dias em sequência.
Nos três primeiros dias foram realizadas preparações pré-teste, e no
quarto dia foi realizado o teste.
Teste da resposta lipêmica pós prandial em relação a diferentes quantidades de exercício físico.
No
período controle: só era realizado controle nutricional, sem realização de
exercícios. No grupo EX1 era realizado apenas controle nutricional nos dois
primeiros dias e na véspera do teste era adicionada ao controle nutricional uma
série de exercícios. E, no grupo EX3 foram realizados ao longo dos três dias
pré-testes controle nutricional acompanhado de exercício físico. Quando
foram submetidos ao teste, as curvas dos três grupos apresentaram-se assim:
NÃO
FOI APRESENTADA NENHUMA DIFERENÇA ENTRE AS CURVAS DO GRUPO QUE REALIZOU UMA
SÉRIE DE EXERCÍCIOS PARA O GRUPO QUE REALIZOU TRÊS SÉRIES.
Isso
indica que o feito do exercício é um efeito transitório, que permanece por 12 á
24 horas e depois desaparece. As duas sessões de exercício a mais que o grupo
EX3 realizou não adicionaram efeitos sobre a curva lipêmica pós prandial. Essas
curvas representam a resposta subaguda do exercício sobre a curva lipêmica após
as refeições, é uma resposta residual que o exercício produziu. As
justificativas para essa atenuação da curva já foram descritas acima ( aumento da resposta hepática, aumenta da atividade da LLP).
ATENÇÃO! Um fator que pode ser importante quando o assunto é curva
lipêmica pós prandial: Polimorfismo da UCP . UCP é o nome de uma proteína desacopladora, presente basicamente no tecido adiposo marrom e tem por função a formação de calor. " UCP está localizada na membrana interna da mitocôndria e seu mecanismo de ação é desacoplar a fosforilação oxidativa da molécula de ADP. Isto é, serve como um canal alternativo para que os elétrons atravessem de volta para matriz.". Indivíduos que apresentam polimorfismo nessa proteína podem apresentar uma curva lipêmica constante após exercício físico!