Exercício dinâmico – efeito agudo.
O gráfico nos mostra que à medida que se vai
aumentando à carga de trabalho a pressão
sistólica aumenta. Mas por qual motivo isso ocorre? O volume sistólico aumenta
à medida que aumenta a carga por uma série de fatores: aumenta atividade da
bomba muscular e da bomba respiratória, retorno venoso aumenta e por
consequência aumenta enchimento ventricular e aumenta a pré-carga. Em última
análise, a contratilidade do coração fica maior, e por isso, a pressão sistólica
aumenta com a elevação de carga de trabalho. Já com a pressão diastólica ocorre o contrário, ela diminui. Por
quê? Diminui a resistência periférica! Aumenta o fluxo sanguíneo, aumentam
níveis de óxido nítrico, ocorre relaxamento da musculatura lisa do vaso (vasodilatação)
e por isso, diminui a pós-carga.
Atenção!
Resposta anormal da pressão arterial diastólica: aumentar durante exercício
dinâmico. (representada pela linha verde no gráfico). Essa resposta anormal
representa uma resposta hipertensiva ao
exercício e isso indica que está ocorrendo vasoconstrição. Essa resposta é
relativamente frequente devido ao alto índice de hipertensão precoce, por esse
motivo é extremamente importante monitorar a pressão arterial do indivíduo
antes de prescrever qualquer exercício e mais importante ainda: diagnosticar a PRESSÃO
ARTERIAL. M.A.PA.
É um
sistema usado frequentemente para esse fim: Monitorização Ambulatorial de
Pressão Arterial por uso de um cassete acoplado ao corpo do paciente e a cada
quinze minutos o manguito infla e é medida a pressão durante 24 horas.
EXERCÍCIO ESTÁTICO – efeito agudo.
Pressão
arterial sistólica aumenta, pelos mesmos motivos apresentados no exercício
dinâmico. A pressão diastólica sobe também! E de forma consistente, podendo
chegar a valores próximos de 190 mm Hg. Essa é uma resposta normal ao exercício
isométrico, e essa resposta depende da massa muscular envolvida e da
intensidade da contração realizada durante o exercício. Quanto maior a massa muscular
envolvida e maior a intensidade de contração, maior será o aumenta da pressão
arterial. No exercício estático também ocorre vasodilatação, mas a pressão
diastólica aumenta. Motivo: A musculatura esquelética comprime a vasculatura,
isso faz com que aumente a resistência periférica e aumente a pós-carga, pois a
força de contração do músculo supera a vasodilatação. Não ocorre vasoconstrição,
mas sim, COMPRESSÃO VASCULAR.
Um
estudo realizado por Mc Dougail em 1985 ilustra esse comportamento da pressão
arterial diastólica. Foram realizadas punções arteriais em halterofilistas que
realizavam alguns tipos de exercícios, dentre eles o agachamento, numa faixa de
80% a 100% de força máxima. No agachamento foram encontrados valores de pressão
arterial media que chegaram a 290/210 mm HG.
Como isso é possível? Graças a muito treino que conferiu aos atletas uma
resistência vascular altíssima! Graças ao treinamento de muitos anos a parede
vascular se tornou muito espessa e resistente.
Refletindo
sobre o gráfico acima, que mostra a relação da pressão arterial com o exercício
estático, pode-se chegar à conclusão que não se deve prescrever exercício
estático para pacientes cardiopatas. Isso é correto? Estudos mostram que não. E
qual a explicação? A explicação está na
resposta da FREQUÊNCIA CARDÍACA. A
frequência cardíaca aumenta pouco durante o exercício, pois o reflexo
barorreceptor (discutido anteriormente) é ativado durante o exercício e inibe a
atividade simpática. Isso resulta em um duplo produto que aumenta pouco, pois a
frequência cardíaca se mantém quase constante. Mais uma explicação: a pressão
arterial tende a aumentar mais quando o indivíduo se aproxima da falha
mecânica, pois há um recrutamento maior de fibras e, por conseguinte aumenta a
compressão vascular. Por esse motivo, é possível realizar um exercício de forma
segura quando se trabalha distante da força máxima. Fica evidente, que é muito mais seguro o
exercício estático do que o exercício dinâmico quando o assunto é prescrição de
exercícios para indivíduos cardiopatas.
Resposta
da pressão arterial pós-exercício.
Esse
gráfico nos mostra que: a pressão arterial media não cai com o treinamento, o
que faz a pressão cair é o efeito subagudo do exercício logo após o treinamento
(24 horas após). Exercício físico de
forma isolada não é relevante para tratamento de hipertensão arterial, MAS, se
o indivíduo realiza exercícios de três a quatro vezes por semana, ele estará
constantemente com a pressão arterial mais baixa caso não estivesse realizando
exercícios. Podemos concluir que: exercício físico se for feito de forma
REGULAR pode contribuir no tratamento da hipertensão arterial.
OU
SEJA! EXERCÍCIO É EFICAZ PARA TRATAMENTO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, MAS É POUCO
EFICIENTE.
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